quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Dia das AMIGAS

Ouvi dizer que hoje é o dia das amigas nos Açores, o dia em que são elas a fazer a festa e a sair de casa (pelos vistos, eles já tiveram o seu dia na quinta-feira passada). Por este motivo, o post de hoje é dedicado às minhas amigas e à amizade, num sentido mais lato. 

Penso que hoje em dia se utiliza a palavra “amigo” um pouco em vão, algumas vezes até desprovida do seu verdadeiro significado. Ouvimos falar nos amigos do trabalho, nos amigos da escola, nos amigos do Facebook, nos amigos do café, nos amigos da rua, nos amigos do ginásio... mas será que todos são, de facto, amigos amigos? Creio que não 

Ainda era eu uma criança e os meus pais já se desfaziam em tentativas para me explicar a diferença entre um amigo e um colega... Na altura lembro-me que ficava um pouco frustrada, pois, atendendo àquelas definições complexas, eu chegava sempre à mesma conclusão... tinha poucos amigos e muitos colegas! 

Recordo-me que gostava de fazer amiguinhos em todo o lado. Gostava de, com a maior lata do mundo, me apresentar às crianças da minha idade, dando-lhes dois beijinhos (a minha avó costumava dizer que eu ia "gastar" os beijos, dada a quantidade que distribuía) e perguntando-lhes se queriam ser meus amigos. Como nunca tinha um não como resposta, pensava que tinha muitos amigos até chegar a casa e os meus pais me dizerem que, afinal, as amizades (sólidas!) que havia construído enquanto esperava pelo médico ou enquanto apanhava ondinhas na praia, não passavam de conhecidos, pois a amizade constrói-se como uma casa ou um castelo O mundo dos adultos era complicado 

Um amigo é aquele que “está sempre lá”, como no outro dia me dizia um dos meus alunos… Apesar da simplicidade da definição, esta tem tanto de verdade…  


Hoje em dia, sei que não tenho muitas amigas (este post é só para as meninas!), mas tenho boas amigas, amigas que “estão sempre lá”! Posso estar longe muito tempo, mas sei que, quando precisar, posso contar com elas; são pessoas que nem sempre me dizem o que eu gostava de ouvir; que ficam felizes com as minhas vitórias e tristes com as coisas menos boas que me acontecem…  

A minha primeira grande amiga data dos tempos do colégio, a minha querida M. ("infância"), que reencontrei há uns meses no Facebook (as redes sociais têm coisas maravilhosas!). A M. era a minha "grande amiga" (dizia-se "melhor amiga"), ia comigo para todo o lado, não sei se conversávamos muito, mas brincávamos que nos fartávamos... quando ela estava doente eu rezava para que ela melhorasse; a irmã dela tem exatamente o mesmo nome que eu, numa homenagem à amiga do coração. A M. ficava comigo sempre que a educadora me obrigava a apertar os cordões daquelas complicadas botas, sozinha. Recordo-me que nós olhávamos uma para a outra, sem nada dizer, e a M. ali ficava comigo a tentar descobrir a fórmula mágica para apertar os ditos cordões, enquanto as outras crianças brincavam no recreio. Isto era amizade 

Mais tarde surgiu a L. ("misteriosa/contadora de histórias") e a C. ("amor"), esta última chegou de França e eu achava muito engraçado ter uma amiga francesa que, afinal, era portuguesa! A C. é uma amiga de guerra, que esteve "sempre lá", que me defendia com unhas e dentes quando o terrível F., aquele rapaz que dizia que me batia por estar apaixonado por mim (!?), se aproximava. Isto era amizade...

A L. protegia-me quando a minha mãe lhe perguntava se eu tinha comido a banana no caminho para a escola. Eu não gostava nada de bananas e costumava oferece-las a um colega de turma a L. informava sempre a minha mãe, dizendo que eu comia tudo, só deixava a casca! 

Estas são apenas algumas histórias de infância, e bem podia estar aqui a falar de cada uma das minhas amigas até aos dias de hoje, mas a mensagem era capaz de ficar grande grande não pelo número de amigas, mas pelas histórias e momentos que com elas passei e passo. 

A fase da adolescência é crítica e aí tive sempre a N. ("conselheira") e a A.I. ("sensata/vizinha") para contar as minhas aventuras amorosas, cheias de emoção e, por vezes, alguma desilusão. A N. é talvez a amiga que melhor me conhece hoje em dia, por isso é que gosto tanto dela. 

Já na faculdade a R. ("sabedoria") e S. ("loucura/maninha") ajudaram-me a superar a barreira de estar a viver sozinha, a 300 e tal quilómetros de casa, aos 18 anos. E quando regressei à cidade que me viu nascer, foram a B. ("acolhimento/ingenuidade"), a E. ("especial"), a P. ("suporte/conhecimento") e a L. ("diversidade/inclusão") que me ajudaram a integrar num curso que já levava um ano de avanço.  

Começamos a trabalhar e o mundo parece que, de repente, nos foge das mãos. O tempo para fazermos as coisas de que mais gostamos é menor, logo nem sempre há tempo para estarmos com as nossas amigas, pelo menos como gostaríamos. Mas o trabalho também nos traz vantagens, principalmente quando formamos amizades nas organizações que integramos. A T. ("solidária") foi fundamental no meu primeiro trabalho; a M.J. ("genuína"), a H.B. ("doçura/carinho") e a N. ("filhinha") no penúltimo; a I. ("simplicidade/bondade") e a D. ("carinho/salvadora") no último, mas não menos importante. 

O tempo passa, a amizade e o amor permanecem. As minhas amigas sabem que, apesar de nem sempre responder logo às mensagens e de por vezes ter uma agenda a mil, estou sempre, "sempre lá". Os meus miúdos tinham razão… 

Um amigo é um amor, mas um amor, talvez, mais calmo... os amigos são a nossa família. Para muitos, uma família mais presente e mais atenta do que os laços de sangue que possuem com aqueles que a genética uniu. Por esse motivo, é preciso cuidar dos amigos, a amizade exige tempo, paciência, aceitação de qualidades e defeitos... a amizade é tudo aquilo que o Petit Prince nos ensinou 


Quanto a mim, sou uma sortuda por ter estas maravilhosas meninas na minha vida. Umas permanecem, outras ficaram na infância, mas todas têm um lugar no meu coração.  


Feliz dia das AMIGAS! J

Um grande beijinho
Pipinha***

Nota: Imagens retiradas do Pinterest (aqui e aqui). 

5 comentários:

  1. Minha querida amiga!
    Como me sinto feliz fazer parte do teu mundo de amizades! Estarei sempre aqui para ti! Muitos beijinhos, Lili.

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  2. Respostas
    1. Love you maninha, de coração :).
      Tenho muitas saudades tuas, dos lingos passeios a pé pelas (ainda desconhecidas) ruas encantadas de Lisboa, das longas conversas em 7 casas, das imensas partilhas,... Sinto a tua falta. Vejo-te pela janelinha do FB, invejo as tuas conquistas (inveja saudável) e sorrio contigo cada vez que partilhas um sucesso ou uma aventura. Viajo contigo virtualmente, pois continuas no meu coração. Posso estar fisicamente longe, mas continuo a caminhar contigo, a um ritmo e passo diferente, mas estou aqui, onde sempre estarei. Gosto muito de ti maninha :).

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